Uma Presença Incoveniente

Ao ler "Quando o espiritual domina" de Simone de Beauvior instataneamente me indentifiquei com suas heroínas.Suas personalidades que desde a mais tenra idade se chocam com os valores e ideais ao seu redor.Ler tais obras só reafirma ainda mais minha condição feminista e contestadora.Confesso que as vezes tento ignorar esses questionamentos e essa postura "feminista" sobre as situações que me cercam.Tento enganar-me afirmando a mim mesma que sou muito dura com minhas opniões e visões tão polêmicas e contrárias.Talvez esteja lutando contra algo que á tempos não exista mais.Mas não adianta,esse fantasma sempre se apresenta a mim de diferentes formas.Seja num delicado ciúme masculino,seja em piadinhas casuais sobre mulheres seja nos padrões e esteriótipos que nos submetem.Vejo que não é um fantasma,ao contrário, está vivo,fala,argumenta,opina e convence!Convence assombrosamente quem mais deveria temê-lo.E outra vez caímos na mesma armadilha,e o que é pior;vamos por vontade própria.Guiadas por um estranho desejo de agradar,de sermos as melhores de cumprirmos nossos papéis.Cara é deprimente e assustador!
Temos o direito ao voto,ao divórcio,a termos uma profissão mas,ainda saímos despedaçadas de nossas relações,ainda somos imcompreendidas e estigmatizadas.Não conseguimos nos livrar do peso de ser mulher,da responsabilidade da obrigação.Somos livres,é fato.Mas nossas mentes e corações desacostumados agarram-se a esses "conceitos femininos" como a filhos,que uma vez gerados não podem ser abandonados ou regeitados.
Creio que essa luta não seja de homens contra mulheres ou mulheres contra homens.Esse fantasma não se chama Machismo seu nome real é Cultura.Essa é uma luta do homem contra sua própria cultura castradora e esmagadora a qual ele se submete.Essa é a luta de uma nova consciencia que se faz urgente contra tudo aquilo que nos reprime e tira a verdadeira Liberdade.

Sthefani Lima